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Amiga (o) de caminhada, Não confundas autonomia com recursos oferecidos a ti pela divina providência. Autonomia é estágio de um processo deflaglado por ti mesmo(a). Em verdade, um efeito de tua perseverança na longa e exaustiva viagem da interiorizaçao. Pede a DEUS para dilatar teu dicernimento a fim de usá-la afinada com os propósitos do bem, entretanto, felicita a ti mesmo(a) lográ-la,porque é conquista individual,inalienável e intransferível. De nossa parte, se algo fizemos para chegares até este ponto evolutivo,foi, tao somente, lembrar-te sempre que todos merecemos se felizes. ( Do livro: Escutando Sentimentos)

Chico Xavier - Programa Pinga Fogo

OS DOIS ALFORJES




"O QUE ESTÁ POR DENTRO É LANÇADO FORA."


As mentiras que mais nos causam danos e nos impedem o crescimento espiritual não são tanto as que verbalizamos, mas as que contamos inconscientemente para nós, aquelas que projetamos. - Hammed

"OS DOIS ALFORJES"

Um dia, Júpiter convocou todos os animais para comparecerem diante dele, a fim de que, comparando-se com os outros, cada animal reconhecesse o próprio defeito ou a própria limitação. Assim, Júpiter poderia corrigir as imperfeições.

E os animais, um a um, elogiavam a si próprios, gabavam-se de suas qualidades e só relatavam os defeitos alheios. O macaco, ao ser questionado se estava feliz com seu aspecto, respondeu:

_ Mas claro que sim! Cabeça, tronco e membros, eu os tenho perfeitos. Em mim, praticamente, não acho defeitos. É pena que nem todo o mundo seja assim ... - Os ursos, por exemplo, que deselegantes!

O urso veio em seguida, mas não se queixou de seu aspecto físico, até se gabou de seu porte. Fez críticas aos elefantes: orelhas demasiadamente grandes; caudas insignificantes. Animais grandalhões, sem graça e sem beleza.

Já o elefante pensa o oposto e se acha encantador; porém, a natureza exagerou, para o seu gosto, quanto à gordura da baleia.

A formiga, ao falar da larva, franze o rosto: - Que pequenez mais triste e feia!

Assim são os homens. É como se lhes tivessem colocado dois alforjes (duplo saco, ligado por uma faixa no meio (por onde se dobra), formando duas bolsas iguais; usado ao ombro ou no lombo nos animais, de forma que um lado fique oposto ao outro): no peito, o alforje com os males alheios, e nas costas, o - alforje com os próprios males. De tal modo que eles são cegos quanto aos próprios defeitos, mas enxergam com nitidez os defeitos dos outros.

" O QUE ESTÁ POR DENTRO É LANÇADO FORA"

Uma forma de evitar claramente que sensações, pensamentos, impulsos ou lembranças cheguem ao nosso consciente tem o nome de transferência ou projeção.

Projetar nossas ações e emoções nos outros, agindo como se elas não nos pertencessem, e recusar nosso mundo íntimo, não aceitando as coisas em nós como elas realmente são, pode se tornar um constante "acessório psicológico", um processo preferencial do ego.

O método para projetarmos nossa vida íntima em outra pessoa funciona de certa forma em duas etapas: negação e deslocamento.

Primeiro, um fato ou acontecimento que provoca um sentimento inadequado é negado, bloqueado do consciente e deslocado para o mundo externo. Tomemos por exemplo: um indivíduo que num determinado momento da vida teve um desentendimento com uma pessoa e desenvolve um sentimento de antipatia e aversão por ela pode, posteriormente, julga que superou as diferenças e que aquele episódio é uma "página virada". No entanto, ele não consegue perceber que sua emoção pode ter sido inconscientemente projetada sob forma de uma suposta antipatia e aversão dessa pessoa por ele. O que estava dentro foi jogado para fora.

Uma vez que é atribuida a outras criaturas, a sensação de aversão é notada como completamente alheia, não nos pertence, não nos diz respeito. É, simplesmente, de outrem; jamais nossa. Nós somos bons e perdoamos, mas os outros são maus, rancorosos e não perdoam.

"Assim são os homens. É como se lhes tivessem colocado dois alforjes: no peito, o alforje com os males alheios, e nas costas, o alforje com os próprios males. De tal modo que eles são cegos quanto aos próprios defeitos, mas enxergam com nitidez os defeitos dos outros."

É comum encontrar no dia-a-dia indivíduos que apresentam comportamento idêntico. Ao invés de se dedicarem à tarefa de conscientização da própria vida íntima, evidenciam o argueiro no olho do vizinho e, por conseqüência, potencializam a trave que lhes obscurece a visão do mundo anterior.

As mentiras que mais nos causam danos e nos impedem o crescimento espiritual não são tanto as que verbalizamos, mas as que contamos inconscientemente para nós, aquelas que projetamos.

Vivemos ilusões quando desfiguramos a realidade de nossa experiência ou a verdade de nosso ser e adotamos um "papel" que não corresponde à verdade. Apresentamos aqui o que em linguagem informal denominamos "máscaras": são elas que turvam nossa verdadeira realidade interior; é delas que nos servimos para lançar fora o que está em nossa intimidade.

Projetamos e interpretamos papéis quando nossas reivindicações internas não são admitidas, ou são contrárias àquelas que estão sendo solicitadas pelo mundo externo.

Projetamos e interpretamos "scripts" quando nossas exigências pulsionais (processos psíquicos fortemente emocionais, impulsivos e basicamente irracionais) entram em choque com as regras e normas sociais, passando do campo da consciência para o da inconsciência .

Representamos como se fôssemos verdadeiros atores, interpretando uma personagem no palco ou no cinema, quando nos colocamos diante de alguém como sendo mais do que somos; quando dissimulamos um amor ou um desinteresse que não sentimos; quando nos mostramos alegres, e na realidade estamos tristes; quando aparentamos uma frieza que não experimentamos; quando escondemos e mantemos em segredo tudo aquilo que mais queremos e desejamos; quando aderimos a associações de caráter recreativo, cultural, artístico, religioso, político, social, etc., para obter benesses que não merecemos, recebendo elogios e reconhecimento.

O crescimento pessoal exige, acima de tudo, coerência, o que significa que o si-mesmo (Self em inglês) deve estar numa relação harmônica entre o que se sente e o que se vive; deve haver uma identidade ou semelhança entre as partes de um todo.

Por que falsificamos nossa realidade? Afinal, o que conseguimos com isso? Danificamos nossa própria intimidade e atravessamos toda uma existência com a angustiante sensação de sermos impostores ou farsantes. Além disso, vivemos aprisionados à angústia e ao medo de um dia descobrirem quem realmente somos.

O alvorecer do despertar manifesta-se no ser amadurecido quando a luz da consciência ilumina não apenas as áreas externas, mas, acima de tudo, as internas. Muitos indivíduos se satisfazem apenas por possuírem os olhos físicos, que lhes oferecem uma visão parcial ou incompleta da vida. Mas para vermos as coisas tais como são, é preciso desenvolvermos a acuidade do olho que esclarece, ilumina e guia - aquele voltado para o mundo Íntimo. A partir daí, cessamos de projetar de forma contínua.

Como todos os nossos companheiros de viagem transcendental, desejamos preencher ou compensar o vazio existencial que sentimos por não vivermos a essencialidade de nosso ser.

(..) Deus suprirá todas as suas necessidades de acordo com as riquezas de sua glória ... " (Filipenses, 4:19)

Nossos anseios de ser e de possuir alguma coisa são, no fundo, a compensação da falta de não termos quase nenhuma consciência do que somos e nem para que fomos criados.

CONCEITOS-CHAVE

A - NEGAÇÃO

É a recusa de aceitar as coisas como são. Na negação, embora os fatos e as circunstâncias não estejam completamente apagados do consciente, como acontece na repressão, eles estão recolocados de tal forma que distorcem ou encobrem a realidade.

B - DESLOCAMENTO

É o mecanismo psicológico de defesa através do qual a pessoa substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente menos desastrosa. Durante uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em esmurrar a outra; contudo, acaba deslocando tal ímpeto para uma garrafa, que ela quebra sobre a mesa. Também pode ser qualificado como uma idéia ou vivência que são trazidas simbolicamente na mente por uma outra idéia ou vivência que estejam emocionalmente associadas. Por exemplo: uma criatura que teve uma experiência amorosa desagradável com alguém no passado reage, no presente, com desprezo ou aversão por todos aqueles que se aproximam dela afetivamente.

C - SI-MESMO


Sustenta Carl Jung que trazemos em nosso íntimo um arquétipo principal, que ele denominou Si-mesmo. Segundo as teorias junguianas, "o Si-mesmo não é apenas o centro, mas também toda a circunferência que contém em si tanto o consciente quanto o inconsciente". Jung afirmava que o 'Self' preside a todo o governo psíquico, é uma autoridade suprema e é considerado a unificação, a reconciliação, o equilíbrio dinâmico, um fator interno de orientação do mais alto valor.

MORAL DA HISTÓRIA:

Sempre que distinguimos alguma coisa fora de nós e a reprovamos em demasia como sendo perniciosa, perigosa, pervertida, imoral, e assim por diante, é provavel que ela represente conteúdos existentes em nós mesmos, sem que os reconheçamos como possíveis características nossas. A ameaça é tratada como se fosse uma força externa, e não interna. Se afirmarmos categoricamente "todos são desonestos", estamos, na verdade, tentando projetar nos outros nossas próprias tendências. Ou então, ao dizermos "tudo gira em torno de uma só coisa: sexo", podemos estar direcionando nossa disposição interna nas demais criaturas, por estarmos pessoalmente insatisfeitos. Muitas vezes dizemos "é inexplicável como aquela pessoa não gosta de mim", quando, na realidade, somos nós que não gostamos dela, sem nos darmos conta.

REFLEXÕES SOBRE ESTA FÁBULA E O EVANGELHO

"Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes de ver o que está em nós. Para se julgar a si mesmo, seria preciso poder se olhar num espelho, transportar-se, de alguma sorte, para fora de si e se considerar como uma outra pessoa, em se perguntando: Que pensaria eu se visse alguém fazendo o que faço?" (ESE, cap. X, item 10, Boa Nova Editora)

"Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão." (Mateus, 7:5.)

"DEPLORAMOS COM FACILIDADE OS DEFEITOS ALHEIOS, MAS RARAMENTE NOS SERVIMOS DELES PARA CORRIGIR OS NOSSOS."   LA ROCHEFOUCAULD

HAMMED

Minutos da sabedoria



Mantenha elevado seu otimismo na vida!
Quem possui o coração cheio de amor, nada teme! 
Arrasta todos os vendavais da vida, com um sorriso nos lábios.
Procure amar a todos e a tudo, mesmo áqueles que o fazem sofrer, e você se estará tornando perfeito, como o Pai Celestial, que dá a todos, sem distinção - bons e maus, justo e injustos - as mesmas oportunidades desalvação
.

Conviver e Melhorar


A Doce Brisa dos Ventos


Livro: Conviver e Melhorar - 16 Lourdes Catherine * Francisco do Espírito Santo Neto


Fatores limitantes: Esforço-me intensamente para atingir os altos padrões da Vida Superior. Nunca me permito satisfações ou divertimentos sem que tenha cumprido rigorosamente todos os meus deveres espirituais. Tenho uma noiva, mas não consigo entendê-la. Eu a amo muito, mas estou profundamente desapontado com ela por não viver de acordo com os meus ideais religiosos. Sou um reformador de almas. Quero incentivá-la a uma vida sublimada, porém ela diz que apenas quer viver uma existência normal. Vive sempre afirmando que sou muito crítico em relação a tudo e que criei uma imagem discreta de superioridade, que me afasta da naturalidade. Acusa-me de viver isolado num pedestal e, por isso, de não conseguir entrosar-me com ninguém, a não ser com aqueles que pensam como eu. Gostaria que os Benfeitores Espirituais a impulsionassem a concordar com meus objetivos elevados de atingir a espiritualidade.



Expandindo nossos horizontes:

A Natureza - cântico da perfeição de Deus - representa um longo itinerário no universo das criaturas. Em tudo existe segurança e estabilidade; desde as estrelas até os mais simples vermes.

O homem alcança a espiritualização quando se torna capaz de transcender, ou seja, de se relacionar com a Vida em seus fundamentos mais amplos e profundos. Essa potencialidade humana existe em todos os níveis da civilização.

Permanecer como ser humano é uma das fases que o Criador destinou suas criaturas a viver. Recusar ser o que se é, ou mesmo, não viver essa etapa existencial seria o mesmo que negar os sábios propósitos da Providência Divina.

Para crescer e progredir espiritualmente não é preciso fazer nada fora do comum. Não é necessário executar coisas extraordinárias, mas simplesmente viver ou cumprir a normalidade da condição humana.

Você acredita que viver humanamente é viver na irresponsabilidade, no vício, na ilusão, no orgulho, enfim nas chamadas imperfeições terrenas. No entanto, a grande falha das pessoas, ou mesmo, o seu “pecado oculto” é viver longe do senso de realidade.

Jesus Cristo, Mestre Humanitário, é a criatura que viveu a mais primorosa e perfeita normalidade sobre a Terra.

Erroneamente, julgamos como anormais os feitos da vida de Jesus. Os prodígios de toda sorte descritos no Evangelho -suas curas “milagrosas”, sua ampla capacidade de amar e compreender - nada mais eram do que manifestações normais, fruto de seu alto grau de desenvolvimento espiritual. Suas façanhas não eram contrárias às leis da Natureza, mas fenômenos naturais, velados somente aos olhos da ignorância, razão pela qual passavam por miraculosos.

Há uma enorme dificuldade em compreender que, para evoluir, ninguém precisa tornar-se santo, mas apenas ser um homem normal.

A criatura religiosa pode não ser necessariamente espiritualizada. Porque muitas religiões são verdadeiros catálogos de modelos e regras que dizem como se deve viver ou se comportar. Por isso, as pessoas ficam presas a uma infinidade de preceitos impostos, enquanto que o ser espiritualizado pensa e age por si mesmo e faz voluntariamente as coisas em seu cotidiano. Percebe a essência da Vida Mais Alta em tudo, quer dizer, vê o “espírito da Natureza”.

A evolução faz parte de um processo natural da humanidade. Decorre de múltiplas experiências consciências; vivências essas que produzem graduais e profundas mudanças na visão interior das criaturas. Não se cresce intimamente sufocando a espontaneidade, as energias inatas ou adotando um comportamento social de intolerância mesclado a uma aparência santificante. Renovação íntima planejada e imposta não transforma, somente artificializa.

Os trigais não buscam orientação nos palavrórios afetados e pomposos, aos formalismos radicais, nem pedem permissão para as filosofias extremistas da Terra - simplesmente produzem o grão de trigo.

Os poetas gregos e romanos descrevem a união de Flora, a divindade dos vegetais, com Zéfiro, o vento Oeste.

Diz-se que um dia ambos se encontraram: A “senhora da primavera” recuou amedrontada e, num gesto de brandura, estende as mãos sobre plantas e flores para protegê-las do ímpeto destruidor de Zéfiro.

Ele tinha como único prazer desacatar a Natureza, danificar as florestas, devastar as plantações, arruinar as flores com seu sopro devastador e impiedoso.

Todavia, ante a luminosa beleza de Flora, a divindade do vento refreia o sopro, enamorando-se ternamente por ela. Após esse encontro, ele não mais se empenhou em desrespeitar a Natureza - a protegida de sua amada.

Embora apaixonada, Flora recusa triste a corte de Zéfiro; teme a sua índole tão diferente da sua. Para não perdê-la, ele promete aprender com o equilíbrio da Natureza a paciência e a serenidade do reino vegetal.

Então, na festa de núpcias, entre cores fulgurantes e perfumes dulcíssimos, une-se Flora a Zéfiro. E desde esse acontecimento, o vento Oeste passa a ser apenas uma doce brisa que tremula as pétalas das roseiras e a ramagem das campinas.

Observe na cartilha da Vida: a fonte nasce de um humilde filete de água para transformar-se um dia em enorme rio que descansará, futuramente, na glória dos oceanos.

O amor e o respeito à Natureza produziram uma verdadeira metamorfose na mentalidade de Zéfiro. Importante notar que ele continuou sendo “vento”, porém transformado agora em “branda aragem”. Aqui está uma expressiva alegoria para todos aqueles que se candidatam à espiritualização.

Como estragar um filho – regras básicas 1/2


Como estragar um filho – regras básicas 1/2

António Mazzi
Como estragar um filho em dez jogadas
Lisboa, Paulus Editora, 2006
(excertos adaptados)

1.  Ande com um ar deprimido

Num estudo sobre crianças e solidão, feriu-me e entristeceu-me uma constatação que as próprias crianças fazem: 52 em 100, com efeito, afirmaram que elas não são solitárias, mas os seus pais, sim. As crianças viam no olhar dos adultos a frustração, a depressão e o cansaço afectivo e psicológico (o adjectivo “psicológico” acrescento-o eu, entendamo-nos). Por isso, creio que não nos deve passar despercebida esta sensação deprimente.
Em poucas palavras, os nossos filhos, muito mais atentos e perspicazes do que pensamos, admitem quase resignados: “O que podemos esperar de uma pobre mãe, de um pobre pai, em plena crise existencial, tristemente curvados sobre si próprios, incapazes de encontrar tempo e espaço para a sua própria ternura e intimidade amorosa?”. Parece que os jovens já não se deixam fascinar nem sequer encantar com as inúmeras iniciativas que os seus pais tomam para passar o serão. São apenas paliativos e tentativas banais de preencher um vazio de comunicação e a carência de manifestações genuí­nas de afecto.
O estudo diz-nos que 7 em cada 10 crianças passam o dia a acumular actividades desportivas, aprendizagem de língua es­trangeira, música, dança, catequese, saltitando como gafanho­tos de umas instituições para as outras. Os miúdos inverteram alegremente a nossa investigação, a nossa análise sobre eles. Deixo escapar um sorriso quando penso que há anos que andamos, um tanto hipocritamente, a dissertar e a ditar sentenças sobre a sua solidão, as suas dificuldades, as suas grosserias, as suas paranóias e os seus bandos.
Continuamos, para nossa vergonha, a encher livros sobre a adolescência. Desgastamos as palavras que dizemos. Consumi­mos sem critério os momentos da vida e deitamos ao ar todos os dias inúmeras ocasiões para superar a solidão, a nossa e a deles. Também eu vou dizendo que os adolescentes de hoje exigem uma presença mais qualificada e motivada dos adultos. Sempre o disse e esperei que o papel de pai fosse a primeira priori­dade para quem escolheu trazer filhos ao mundo. Pelo contrário, parece que, na ordem dos valores, os nossos filhos vêm em ter­ceiro ou quarto lugar.
Nós, adultos, temos privilegiado teimosamente o trabalho, um conforto acéfalo e símbolos de um status a roçar a teatralidade, convencidos de que estas coisas preenchem a alma. Pelo con­trário, estamos ainda mais sós que antes. Não são os psiquiatras nem os psicanalistas que o dizem, mas os nossos filhos. E estes não fazem batota!

2.  Transforme a família numa caixa cheia de solidões

Ser pais, nestes tempos, não é o trabalho mais gratificante.
Drogas, não só as ligeiras, mas acompanhadas abundante­mente de bebidas alcoólicas, consumidas por um em cada três adolescentes; grupos de rapazes e raparigas que para se diver­tir recorrem à violência, ao vandalismo e ao roubo; escolas que abrem com ameaças de greve, emprego incerto, disciplinas sem professor e professores desmotivados. E por último, se quiser­mos, mas não menos importante, crianças obesas. A Itália, por exemplo, é o pri­meiro país europeu que não sabe educar as suas crianças numa alimentação adequada nem numa igualmente adequada activi­dade física e desportiva.
Ficar mais preocupado com a obesidade do que com a droga e o álcool não é inteligente. Todavia, perfilados uns após outros, estes factores não podem de modo nenhum deixar-nos indife­rentes porque, no fim de contas, todos convergem em direcção ao primado do capricho. Pobres pais! Quero, então, deixar este alerta, não para alarmar ainda mais, mas apenas como ocasião para voltar a reflectir e a reorga­nizar a nossa vida (de adultos) e a vida deles (de jovens). Um suplemento de um grande jornal italiano fez, há tempos, uma reportagem sobre o estado de saúde dos nossos filhos, re­gião por região. O dado que mais se destacava e o mais pesado era o mal-estar espiritual que, ainda que de diferentes modos, nos vai ferindo a todos.
Desapareceram aquelas relações educativas fundamentais que uniam positivamente os pais aos filhos. Temos tentado subs­tituir estas relações interrompidas com um pouco mais de pre­sentes, de comida, de objectos de todo o tipo. Os jovens respon­deram engordando, fechando-se nos seus quartos, perdendo a auto-estima. A família, em poucos anos, de um ninho quente e seguro tornou-se uma caixa cheia de solidões. Apressemo-nos a tomar medidas. Comecemos a qualquer hora a ouvirmo-nos mais, recorramos menos ao multibanco, retiremos à Rua e à Tele­visão tudo o que nelas temos vindo a delegar.

A Lição da Paciência

Um mandarim que se preparava para desempenhar um importante cargo oficial recebeu a visita de um amigo que lhe foi apresentar as despedidas.
Abraçaram-se e o amigo recomendou-lhe:
— Acima de tudo, no desempenho das tuas importantes funções, nunca percas a paciência.
Prometeu o mandarim que nunca esqueceria este precioso conselho.
Três vezes repetiu o amigo a mesma recomendação, provocando o enfado do mandarim. Quando se preparava para o fazer pela quarta vez, o mandarim exaltou-se e gritou:
— Basta, eu não sou surdo e muito menos sou um imbecil!
Então o amigo, acalmando-o com a mão posta sobre o seu ombro, fez este comentário:
— Podes assim ver como é importante ser paciente. Três vezes ouviste o meu conselho, já não conseguindo dissimular o enfado. À quarta vez não conseguiste controlar a fúria. O que acontecerá quando, no desempenho do teu cargo, tiveres de ser verdadeiramente paciente?
O amigo baixou os olhos para o chão e limitou-se a suspirar.


J. J. Letria
Contos da China antiga
Porto, Ambar, 2002

EXTERIORIZANDO A PAZ


 A paz se exterioriza nos olhos de quem aprendeu a arte de ser sincero consigo mesmo. A meta mais fácil do mundo para alcançar é ser como somos. A mais difícil é ser como as outras pessoas gostariam que fôssemos. A serenidade interior é conquista de quem possui autolealdade. A artemísia é uma planta balsâmica, de gosto amargo e utilizada como remédio. O sândalo é uma árvore de madeira resistente, da qual se extrai um óleo empregado em farmácia e perfumaria. Ambos são aromáticos e originários da Ásia, possuem algo em comum, mas têm utilidades completamente diferentes. A Natureza refuta a igualdade. Jamais foram encontradas duas flores idênticas; as semelhantes se modificam com o passar do tempo. Até as folhas de uma mesma árvore são desiguais, assim como variável é cada amanhecer. Para desfrutarmos a paz verdadeira, precisamos entender que somos um núcleo de vida distinto; vivemos em comunidade, mas sobretudo com nós mesmos. Somente empregando de maneira responsável nossa capacidade de sentir, de raciocinar e de realizar, livre das interferências dos cegos instintos e dos laços de dependência, é que podemos nos apaziguar de modo essencial.(Lourdes Catherine)

Senhor,médico de nossas almas!

Agradecemos a tua paciência para com nossas limitações.

Agradecemos o ensejo do aprendizado por meio da observação da nossa própria conduta.

E desejosos de prosseguir caminho afora, ao teu lado pedimos-te a proteção para guardarmos este mesmo espírito de renovação,de solidariedade e companherismo.

Aqui e onde mais estivermos, que seja feita a tua vontade... ASSIM SEJA

Quem por aqui passar...

Saiba que :

Em cada letrinha aqui digitada, em cada mensagem, cada foto, cada espaço, cada vídeo, cada música, possui muito, mas muito carinho e dedicação... Algumas linhas são minhas, outras não. Procuro preservar os direitos daqueles que escrevem, informando ao final a devida autoria, outras poderão aparecer sem esta informação. Alguns textos são digitados por mim, outros copiados e colados. Alguns, investigo a fonte e a veracidade, outros não... Mas o que importa neste espaço, é a verdadeira vontade, é o amor, e a reunião de minhas intenções. Poderei passar sempre aqui, ou não... Mas o que importa...é que se por acaso tu passares por aqui, que leves algo importante para ti... E lembrem-se sempre, desta frase , dita por Dalai-Lama:

“O diálogo é fonte de FELICIDADE."

Com Carinho,

Lorena.

NÃO ESTRAGUE O SEU DIA




  • A sua irritação não solucionará problema algum.
  • As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.
  • Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.
  • O seu mau humor não modifica a vida.
  • A sua dor não impedirá que o Sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.
  • A sua tristeza não iluminará os caminhos.
  • O seu desânimo não edificará a ninguém.
  • As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.
  • As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.
  • Não estrague o seu dia. Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem.
  • Chico Xavier/André Luiz.

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