Como anunciar Jesus

“Teve Paulo durante a noite uma visão em que o senhor lhe disse: Não temas, pelo contrário, fala e não te cales”. Atos- cap.18,V.9.
Anunciar Jesus através da palavra, não constitui nenhuma dificuldade. Talvez seja até uma fonte de bem estar, se não de vaidade, para aqueles que tem o dom de falar bem, de atrair as massas com a força do verbo, profundamente eivado do magnetismo de várias naturezas. Torna-se, no entanto, um método de grande alcance, quando a palavra procede de um coração em estado de vivência com as coisas de Deus. Quem vive e anuncia coisas de natureza elevada, não dá lugar para orgulho e vaidade. Era dessa forma que Paulo falava; de outro modo não conseguiria arrebatar as multidões, como fazia. O apóstolo de Tarso deu o mais importante testemunho, não só da natureza de Cristo como mensageiro de Deus, como espírito de alta envergadura espiritual, como também da sua comunicação espiritual, depois da morte. Paulo era contra as idéias cristãs, ao extremo de tirar as vidas dos seguidores da mesma. Doutor da lei, em posição firmada nas sinagogas, como iria abandonar tudo isso, renunciar à vida de fausto que levava, para recolher-se a um deserto, faminto e humilde, engrossando as mãos no trabalho árduo de cada dia, por amor a uma causa? Sem ela existir? Seria loucura proceder desta forma, mas os fatos comprovam que ele estava em pleno exercício de suas faculdades, com alto discernimento. A conversão de Paulo às idéias renovadora é a prova mais elevada do valor do Evangelho e de que Jesus realmente era o Cristo que havia de vir, anunciado pelos profetas do velho testamento. Paulo rende graças a Deus por ser despertado pela luz dos céus, e caminha, decidido, sofrendo toda ordem de torturas, mormente no seio da sua própria comunidade. Mas deixa bem claro, para os cristãos e profanos, que o Messias é de pureza incomparável, e que a doutrina ensinada por ele procede de Deus. O colégio dos doze discípulos serviu de seiva viva na grande árvore doutrinária do cristianismo, não resta a menor dúvida. Mas Paulo de Tarso foi, para todos eles, luz e calor, tanto nas horas de fraquezas, quanto nos momentos de entusiasmo. Se não fosse ele, no inicio do cristianismo nascente, as idéias do Cristo não teriam o fulgor que tiveram, nos primórdios do enunciado. Que os outros companheiros de Jesus me perdoem, mas, depois do Cristo não houve outro maior que o convertido de Damasco.
“Teve Paulo durante a noite uma visão em que o senhor lhe disse: Não temas, pelo contrário, fala e não te cales”.

Alguns Ângulos dos ensinos do Mestre.
João Nunes Maia/Miramez